sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Papel e Figurino

A escola é o reflexo da sociedade. Esta é uma afirmativa tão repetida que já virou clichê. Todo aquele que trabalha ou já trabalhou em uma escola percebe o quanto é real esta idéia, para o bem e para o mal. O cotidiano escolar constitui-se dos atos das pessoas que por ali circulam e todas elas refletem, nos seus atos e palavras, o mundo que as constituíram.

Todos os dias chegam, às vezes com toda a força, às vezes devagarzinho, às vezes sutilmente, as ondas dos fatos sociais em evidência . Elas invadem a escola, sem pedir licença, e podem causar danos ou benefícios dependendo de como são acolhidas e transformadas em conhecimentos organizados e sistematizados.

Estamos num período eleitoral, vários municípios vivenciam as campanhas do 2º turno. Os candidatos se expõem e são expostos na rádio, na TV e nas propagandas de rua. Não há quem fique alheio a esse movimento seja a criança em idade escolar, sejam os adultos. De um jeito ou de outro participamos e tomamos partido. Nessa altura do campeonato, poucos continuam indecisos ou "em cima do muro".

Na escola não é diferente e o conteúdo "eleição" acaba sendo escolarizado. Porém, esse é um tema espinhoso, porque envolve a responsabilidade dos profissionais da escola com a informação correta e não tendenciosa, a análise imparcial das propostas dos candidatos, a discussão do tema com os alunos a partir de todas as informações possíveis, de ambos os lados. Envolve, enfim, ética, respeito e democracia.

Sendo dessa forma, a escola "cresce" e todos aprendemos um pouco mais a respeito da arte e da beleza de se praticar a democracia.

Sendo o contrário, se o tema for tratado, pela escola, de forma inconseqüente e/ou tendenciosa, provoca em quem participa e se preocupa com a seriedade do fato, uma sensação de desconforto. É como vestir um figurino inadequado ao papel que se representa naquele local.

O que fazer se a você for dado o papel de mero espectador? Omitir, denunciar, ou se sentir um "zero à esquerda"?

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