terça-feira, 7 de outubro de 2008

Educação Formal: Chamada de Capa

Ando pensando bastante a respeito da pouca importância que se dá à educação escolar em nossa sociedade, e isso, infelizmente, desde que o Brasil é Brasil. Ao ler recentemente a obra do professor Lourenço Filho "Tendências da Educação Brasileira" pude confirmar tal característica nossa. Não ligar a mínima para o que diz respeito à Educação Formal e em particular ao que acontece diariamente nas salas de aula brasileiras. É como se todos disséssemos ao mesmo tempo: isso não é problema meu. Mas como não é problema meu se de uma forma ou de outra estou envolvido com o que acontece nesses espaços? E nossos filhos que estão lá; e nossos vizinhos; e nossos parentes; e nossos conhecidos, e nós, brasileiros estudantes?
Todos os dias uma população imensa de crianças, pré-adolescentes, adolescentes e adultos (professores e funcionários das escolas) envolvem-se numa relação direta, frente a frente: uns tentando aprender e outros tentando ensinar e/ou aprender também.
Quais são as dificuldades desses sujeitos no desempenho dos seus respectivos papéis? Creio que devemos nos perguntar seriamente.
No campo da Educação Formal, nosso país, a meu ver, ainda não encontrou a sua identidade. Desde os tempos coloniais importamos métodos e técnicas de ensino, porque não fomos capazes de desenvolver as metodologias de ensino/aprendizagem que refletissem as nossas necessidades filosóficas, políticas, étnicas e econômicas; regionais e/ou nacionais. Ora trabalhamos com os modelos americanos, ora espanhóis ou franceses, portugueses ou mesmo argentinos, vide o auge do "Construtivismo" de Emília Ferreiro.
Quando teremos a graça de ver, ou de ler, estampados nos jornais ou nas telas da televisão chamadas do tipo: "Conheça o trabalho em leitura da escola "Fulana de Tal" da periferia de... Ou "Assista hoje, às 21 horas, a entrevista da professora "Margarida" sobre a melhor forma de incentivar o seu filho a fazer o "Para Casa"! Ou, "Prepare-se para as avaliações de Leitura! Torne-se um super-aluno nas quatro operações" etc, etc, etc. Estamos precisando dessa virada, não é mesmo? É preciso "banalizar" a Educação Formal, para que ela passe a significar mais para todos nós, brasileiros.

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