terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Reencontros

Semana passada recebi um telefonema que me levou a uma viagem boa e inesperada. Uma colega da minha antiga escola , (onde fui "Coordenadora Pedagógica", por enquadramento na função e "Diretora Eleita" por um período de quatro anos) convidou-me para participar de uma solenidade de entrega de medalhas a vários alunos dessa escola, por terem participado, em 2010, da "Olimpíada da Astronomia". Trabalhei nessa escola no período de 1977 a 1999. Saí  de lá porque aposentei-me.
Porém, em 1995, fiz um novo concurso para a função de "Professor Municipal", tomei posse em 08 de março e é por isso que continuo atuando até o momento, em outra escola da Rede Municipal de Ensino.
Pois bem, a professora-colega-amiga da escola antiga convidou-me, cheia de entusiasmo, a participar da solenidade de entrega de medalhas. Fui até lá, é lógico; infelizmente não pude participar de toda a solenidade porque já tinha assumido um compromisso anterior do qual não pude me desvencilhar.
No entanto, o pouco tempo em que estive com ela e com algumas outras colegas, transportaram-me para um tempo em que fui muito ativa na escola, sempre envolvida em projetos pedagógicos interessantes e dos quais , no momento,  ando bastante afastada.
Senti saudade da profissional que já fui, do entusiasmo que já tive e da minha capacidade de realização. Eu era o elemento motivador da escola. Fazia uma coordenação pedagógica democrática, porém buscava formas de envolver os professores numa rotina pedagógica voltada para a eficiência no trabalho. Priorizáva-mos os conteúdos básicos, fundamentais ao desempenho dos alunos não só naquele ano escolar ao qual estavam atrelados, mas e principalmente trabalhávamos, conscientemente, com uma seleção de conteúdos necessários aos estudos subsequentes.
Além do trabalho específico da sala de aula, investíamos, também, nas aprendizagens extra-classe: excursões a museus, parques, teatros e cinemas; apresentações de auditório, onde comemorávamos algumas datas significativas durante o ano letivo, tais como: Carnaval, semana santa, dia internacional da mulher, dia do índio, Tiradentes e descobrimento do Brasil e outras.
Fazíamos avaliações formais dos conteúdos bimestralmente, pautadas por um planejamento. Baseadas no desenvolvimento dele, pelas professoras em sala de aula, é que as avaliações eram elaboradas e aplicadas igualmente em todas as turmas das respectivas séries de ensino. Posteriormente, em reuniões com os professores, avaliávamos os resultados dos alunos e fazíamos as correções de rumo necessárias.
Era um trabalho bem organizado, consciente e que nos levou, em menos de dez anos, de um índice de mais de 50% de alunos repetentes nas séries iniciais a pouco menos de 20% de retenção, entre alunos de 7 anos. A escola passou a ter até o final de 94/95, um fluxo normal de alunos. Ou seja, entravam oito turmas de primeira série e saíam de 6 a 7 turmas de 4ª série. Isso implicava em um índice de reprovação baixíssimo para os padrões da época.
Pois bem, em 95/96 a Prefeitura de Belo Horizonte implantou a Nova Política Educacional do Município denominada "Escola Plural". Nivelou por baixo todas as escolas da rede; desconsiderou todas aquelas que apresentavam altos índices de aprovação dos alunos e de eficiência pedagógica; desconsiderou todas as escolas da Rede que tinham seus "Projetos Políticos Pedagógicos" aprovados pela Secretaria Municipal de Educação. Colocaram todas as 127 escolas municipais no mesmo saco e aniquilaram com o ânimo, com o entusiasmo, com o trabalho arduamente construído e conquistado pelos profissionais da rede que atuavam naquelas escolas de vanguarda, dentre elas, digo com orgulho, a minha: meu primeiro e antigo local de trabalho em educação.
Por tudo isso, o convite recebido suscitou em mim todas essas lembranças...
Lembrança de um tempo em que o meu ofício era também a minha maior fonte de entusiasmo com a vida.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Quinquagésimo Segundo Dia

Hoje faz cinquenta e dois dias que estou em casa, de licença médica, devido a uma cirurgia  de reconstituição do tendão do ombro direito, realizada no hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte.
Tenho pensado que somadas todas as dores que já senti ao longo dos meus 56 anos, não há equivalência às dores que venho sentindo, ininterruptamente, desde o dia da cirurgia e logo após o efeito da anestesia de bloqueio feita no braço/ombro operados. É uma dor de aperto de parafuso em carne viva, ou de torniquete permanente, no órgão doente.
Voltei ao médico responsável pela cirurgia para uma avaliação do procedimento e, todas as vezes, ouvi dele  que "era assim mesmo, o pós-cirúrgico era doloroso e que tudo estava ocorrendo dentro do previsto".
Iniciei o procedimento de fisioterapia no 33º dia após o ato cirúrgico e tome mais dor; fiz, chorando, os primeiros movimentos, sob a orientação da fioterapeuta.
Como se não bastasse, não aguento mais ficar em casa, inativa; quero trabalhar, quero meus alunos, quero o fervedouro da sala de aula, quero não "ver" o tempo passar...
Vivo uma rotina provavelmente desejada por muitos: acordar sem hora para levantar, tomar com calma o café da manhã, ver os jornais da televisão, ler os jornais diários no papel ou on line; almoçar, descansar após o almoço, fazer fisioterapia à tarde, ver as novelas da noite, ver o noticiário da televisão, jantar, dormir, (se a dor no braço permitisse) acordar...
Isso tudo é muito bom quando à essa rotina associam-se  boa saúde e trabalho prazeroso; caso contrário, ver mais um dia chegar e passar torna-se um tormento. É esse tormento que tenho vivido e, por isso, estou fazendo de tudo, estou seguindo à risca as orientações médicas e da fisioterapeuta, para me recuperar integralmente, pois sinto que ainda tenho muita energia para gastar no meu trabalho e nas minhas atividades sociais.
Me aguardem.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Pode?!

Hoje recebi pela manhã um telefonema da vice-diretora da escola onde trabalho. Ela queria saber se eu estava me comunicando com os meus alunos pelo MSN e colocando-os contra a professora que está me substituindo. Estou em licença médica, por causa de uma cirurgia no ombro, que fiz em final de setembro.
Confesso que enquanto a ouvia, não acreditava no que estava ouvindo!
Sou professora na escola há 16 anos. Há trinta e quatro trabalho na RME;fui supervisora pedagógica por 17 anos, diretora de escola por 4 anos e, nos últimos 16 anos sou professora de alunos pré-adolescentes. Só trabalho com essa faixa etária e, por isso, já me considero uma especialista  em pré-adolescentes. Eles são, no geral, inquietos , espertos, questionadores; gostam de estudar, mas não aceitam qualquer trabalho; testam os professores, mas apreciam a disciplina objetiva e o professor que tem manejo de classe.
Não gostam e não aceitam ser injustiçados por atos cometidos em sala de aula, o que exige do professor atenção permanente às atitudes de todos. Assim, quando são chamados a atenção com veemência pelo professor, entendem e não se sentem ofendidos.
Caso contrário, "o bicho pega".
Pelo que eu entendi, é o que vem acontecendo com minha turma.
E a direção administrativa e pedagógica da  escola não só não está sabendo lidar com a situação, como acha que eu, em casa e em difícil e dolorosa recuperação de uma cirurgia de reconstituição de tendão, vou me dar à falta de ética profissional de entrar em contato com meus alunos, por qualquer meio de comunicação que seja, para insuflá-los contra a professora que está me substituindo...
Pode uma coisa dessa?!
Nessa altura do campeonato e da minha vida profissional...
Eu mereço!!!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dor e Decepção

Hoje faz trinta dias da cirurgia do ombro direito que fiz. Estou sentindo muita dor. Fui ao médico, ele me disse que daqui prá frente devo ficar sem a tipóia. Vou iniciar um programa intensivo de fisioterapia. Parece que minha recuperação total depende única e exclusivamente de mim e da minha persistência na fisoterapia.
Confesso que estou um tanto ao quanto desanimada. Sinto-me, hoje, infinitamente pior fisicamente do que me sentia antes da cirurgia. Segundo o médico é assim mesmo, o pós-cirúrgico é mais complicado do que a cirurgia em si, mas uma coisa é ouvir o médico dizer isso antes da cirurgia e outra bem diferente é experimentar, vivenciar o que foi dito.
Meu braço está "pesado", dolorido e não consigo fazer os mesmos movimentos que fazia antes da cirurgia, embora com dor.
Segundo o médico, somente a fisioterapia bem feita e o pós-operatório cuidadoso, da minha parte, é que resultará, daqui a três meses, mais ou menos, em recuperação total dos movimentos e ausência de dor.
Agora entendo o porquê de uma licença médica de três meses. Cheguei a pensar que poderia voltar a trabalhar com minha turma ainda neste ano, mas já me conformei, "joguei a toalha, entreguei prá Deus".
Resta-me fazer a fisioterapia conforme o indicado, dar tempo ao tempo e me recuperar bem para um retorno ao trabalho em 2011.
Em tempo, mesmo recém-operada e com o braço na tipóia, participei do primeiro dia do "Congresso de Alfabetização, Leitura e Produção de Texto".
Senti muita dor e desconforto o dia todo. Não consegui voltar no domingo, dia 24. Portanto, fiz somente a primeira parte, não dei conta de segunda. Um dó!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

De "molho"

Estou em casa, de licença médica desde o dia 27 de setembro. Fiz uma cirurgia no ombro direito, porque tive uma  ruptura de tendão, talvez provocada por movimentos repetitivos combinados com a degeneração natural dos tendões, em consequência da idade. Embora eu tenha 56 anos, segundo o médico que me operou, essa idade ainda não justifica uma degenação de tecido tão séria a ponto de romper, mas pode ter sido o meu caso.
Enfim, já fiz a cirurgia, estou em casa sofrendo as dores e o desconforto de ficar com o braço na tipóia 24h.
A recuperação é lenta e a fisioterapia, daqui a um mês, é que definirá o rumo da minha recuperação total de movimentos com o braço direito e a ausência de dor.
Enquanto isso, estou passando os dias como posso: fazendo o que dá para fazer só com a mão esquerda, tomando os remédios e os cuidados recomendados pelo médico, lendo "1822" do Laurentino
Gomes, lendo jornal, revista, ouvindo rádio, ( a CBN ) vendo televisão.
Sinto pena de não poder terminar o trabalho com a minha turma deste ano e...
Estou esperando, torcendo e fazendo campanha para a vitória do SERRA.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Velhos Problemas/Velhas Práticas

A PBH implantou na Rede a velha fórmula da "Recuperação Paralela" pinçada lá dos anos 80/90. Porém, sem a organização escolar que tínhamos à época.
Hoje, trabalho com uma turma de 28 alunos. Estes serão avaliados em três períodos distintos ao longo do ano letivo. Duas dessas etapas avaliativas já ocorreram. No momento estou para concluir a 2ª etapa. A semana das avaliações formais já aconteceu e, teoricamente, estamos em pleno processo da "Recuperação Paralela".
Essa "Recuperação" deve ser ministrada pela professora referencial da turma ao mesmo tempo em que o ano letivo e suas atividades programadas segue o seu curso.
Então, a coisa funciona mais ou menos assim: até o final do mês de setembro, devo recuperar os meus alunos que estão abaixo dos cinquenta por cento de aproveitamento pedagógico e, ao mesmo tempo, continuar com o trabalho previsto para o período, referente aos conteúdos de Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia e Ciências. Ah! Já ia me esquecendo. Sou professora generalista, ou seja: embora habilitada em Letras, portanto ápta a trabalhar os conteúdos de "Língua Portuguesa", devo trabalhar tal e qual, os conteúdos específicos para o 6º Ano do Ensino Fundamental de: Matemática, Geografia, História e Ciências. E, fazer a "Recuperação" dos alunos abaixo da média nas avaliações ocorridas.
Minha rotina consiste em trabalhar das 7h às 11h30min com a turma, os conteúdos de ensino já citados e, sempre que for necessário, substituir as colegas faltosas no meu turno de trabalho, fato esse por demais corriqueiro. O diferente é a escola funcionar com todos os professores presentes.
A responsabilidade de substituir o colega faltoso, tira-me a oportunidade do cumprimento do plano de ação pedagógica com a turma para a qual fui designada a trabalhar todos os dias. Como as faltas dos colegas são frequentes, frequentemente, também, deixo de fazer o planejado para a minha turma, porque tenho que cobrir a falta de um colega. Com isso, fica inviabilizado todo e qualquer tipo de trabalho previamente e minamente organizado.
E os alunos da "Recuperação Paralela"? Continuam como dantes no setor de abrantes... E a propaganda oficial, o que mostra? Uma linda e plácida escola, com alunos felizes, estudando e recuperando tudo o que não conseguiram aprender durante o curso normal das aulas...
Me engana que eu gosto, tá?!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Formação Continuada

Fiz, hoje, minha inscrição para participar do " I Congresso Brasileiro de Alfabetização, Letramento, Leitura e Produção de Textos". O Congresso acontecerá nos dias 23 e 24 de outubro, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Os palestrantes serão:
Ana Maria Kaufman - da Argentina;
Alessandra Latalisa (DOCA) - MG;
Fernando Capovilla - SP;
Geraldo de Almeida - PR;
Leda Maria Braga Tomitch - PR;
Lucília Panisset - MG;
Maria Cecília de Oliveira Micotti - SP;
Mariângela Stampa - RJ;
Roxane Rojo - SP;
Sandra Bozza - PR;
Sílvia Gasparian Colello - SP;
Simaia Sampaio - BH.
O destaque do Congresso é de Ana Maria Kaufman, por ser, acredito eu, a presença internacional.
Ela é da Argentina. Pobres de nós tupiniquins!
Na conferência de abertura haverá a abordagem do tema: alfabetização, distúrbios de aprendizagem ou equívocos de encaminhamentos metodológicos.
Professora há mais de trinta anos que sou, aposto nos "equívocos de encaminhamentos metodológicos". Ao término de uma pós-graduação em "Leitura e Produção de Textos" tive a oportunidade de fazer uma pesquisa de campo em cinco escolas da Rede de Ensino na qual atuo e pude constatar que os professores alfabetizadores atuais dominam teoricamente o que é ler/escrever, mas desconhecem ou não adotam qualquer metodologia de ensino que organize minimamente o processo ensino aprendizagem da leitura e da escrita em seus trabalhos diários.
Algumas se disseram até orgulhosas por não seguirem nenhum método de alfabetização dizendo que o método que seguem é o delas próprias, e/ou que fazem uma mistura de todos eles ao "bel prazer".
Desconfio de que, não por acaso, os alunos apresentem tantas defasagens nos seus processos de ler/escrever.
Enfim, vamos ao Congresso! E por conta própria. Isso é Brasil...











quarta-feira, 7 de julho de 2010

Explosão de sentimentos

O professor é provavelmente o único profissional que pede licença ao seu público-alvo para trabalhar. Ele está ali para cumprir um papel profissional, tem metas e objetivos a realizar, programa de ensino a desenvolver e, no entanto, todos os dias, precisa "pedir licença" aos alunos para fazer a aula planejada.
Os pais, nossos patrões, contratadores do nosso trabalho, entregam-nos os filhos e durante todo o ano letivo raramente aparecem espontaneamente para verificar se o nosso trabalho com e para os filhos deles está a contento. Nunca se interessam, não questionam e quando são convocados pela escola que já não sabe mais o que fazer com o filho/aluno que não quer estudar, que briga o tempo todo, que desacata a quem quer que seja,se satisfazem em passar para a escola a responsabilidade por aquele comportamento destemperado do filho, quando não dizem assim: "Oh! Dona. Pode bater nele, põe de castigo! Tira o recreio dele... Eu também não sei o que fazer com esse menino".
Como o professor não é psicólogo, não é assistente social, não é médico e muito menos mágico, fica o dito pelo não dito e o embate árduo, insano entre professor aluno se perpetua em sala de aula, todos os dias! Até quando?

terça-feira, 29 de junho de 2010

Cidade Educadora

No mês em curso tive a chance de fazer com minha turma três exclentes passeios: Museu de Ciências Naturais da PUC/MG, Museu de Artes e Ofícios, na Praça da Estação de BH e Hospital Sara Kubsthcheck também na Capital Mineira.
Trata-se de um trabalho complementar aos estudos feitos em sala de aula e de inestimável valor.
Nos dois museus e no hospital tivemos um tratamento de primeira: monitores bem treinados e seguros; aulas ricas e práticas de temas tão variados quanto significativos dos estudos que vimos desenvolvendo em sala-de-aula.
Os alunos vibravam a cada descoberta, a cada apresentação dos objetos expostos.
No Sara, o tratamento foi o de choque. O tema da palestra "Prevenção de Acidentes" não poderia ser mais adequado a alunos de 11/12 anos, plenos de energia, vitalidade e falta de cuidado com o próprio corpo.
Por meio de um excelente material audio-visual , a palestrante apresentou aos alunos os dez principais eventos causadores de acidentes e lesões no cérebro e na coluna espinhal. Alternou explicações mais técnicas aos depoimentos dos pacientes do Sara, vítimas dos acidentes destacados na palestra.
Depoimentos fortes, graves, sinceros e convincentes.
Valeu! Recomendo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Inclusão

Toda escola pública e/ou particular, por força de Lei, não pode deixar de receber os alunos deficientes de qualquer natureza. Pelo que sei, o aluno com necessidades especiais da escola particular, participa normalmente das turmas regulares, mas conta com todo o suporte do qual necessita para participar eficazmente das aulas: fono, tradutor de libra ou braile, psicólogo, terapeuta, pediatra e o professor da turma, dentre outros aparatos necessários, ou melhor imprescindíveis ao bom desempenho pedagógico do aluno.
Na escola pública tal não acontece. Há dois anos contávamos com professores-estagiários que nos davam suporte, atendendo pessoalmente ao aluno deficiente. Isso nos dava tranquilidade para desenvolver o pedagógico desse aluno, pois sabíamos que o estagiário o atenderia particularmente, deixando-nos tranquilos para seguir com as orientações e atividades dos outros alunos.
No momento, nem esse suporte temos mais. Ou melhor, só contamos conosco mesmos.
Sou professora de uma aluna portadora da "Síndrome de Down". Ela tem 12 anos, faz parte do grupo desde os 6 anos de idade. Percebo que ela não interage com o grupo apesar da longa convivência. Mas, comporta-se em sala de aula como os colegas; já assimilou todo o ritual da rotina pedagógica de uma sala de aula: entrar em fila, encontrar o seu lugar, portar mochila com livros, cadernos, lápis e outros objetos; prestar atenção às orientações e explicações dadas; fazer trabalhos ora usando cadernos, ora textos xerocados, ora registros escritos dos assuntos abordados. Ela "faz" tudo como os outros, mas não demonstra nenhuma consciência do que faz. Seu registro é a partir de garatujas, não lê, não se interessa pelos assuntos discutidos em sala, não conversa com os colegas, no recreio permanece sempre isolada, mas sobe e desce, sem ajuda as escadas, vai até ao banheiro sozinha, reconhece todas as professoras e funcionários da escola pelos nomes, sabe o que fazem, qual é a função de cada um.
Não se interessa pelas histórias infantis contadas e/ou lidas em sala; gosta de dançar e de brincar de boneca. Identifica os nomes dos colegas, mas não os lê, ela reconhece boa parte desses nomes, porque  as fichas foram personalisadas, ou seja, além do nome escrito em letra grande e cursiva, cada aluno fez um trabalho de "enfeitar" o próprio nome; assim ela os reconhece pelo visual colorido e pelo desenho diferente em cada ficha. Essa tarefa foi dada a ela por mim, num rasgo de luz, pois sentia-me e sinto-me angustiada por não conseguir fazer quase nada por ela,  no aspecto pedagógico do ensino de conteúdo.
Minha escola será núcleo para o recebimento e o acompanhamento especializado e personalisado aos alunos portadores de deficiências, da região, porém fui informada de que o atendimento não se estenderá ao aluno com "Síndrome de Down". Explicaram-me, mas não entendi o por quê disso.
Enfim, seguiremos em frente, da melhor forma possível, porém conscientes de que "há algo de estranho na inclusão do aluno pobre às turmas regulares das escolas públicas".

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sumida

Não tenho postado ultimamente. Estou sem inspiração. Gosto de escrever quando algo mexe comigo, para o bem ou para o mau. Ando na rotina; nada de novo, por isso, sumi.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Autocontrole e desejo

Uma das tarefas mais difíceis de todo e qualquer professor é a de estabelecer com seus alunos uma convivência harmônica e favorável aos atos de estudar/aprender. Comumente vários e preciosos momentos, que deveriam estar canalizados para o estudo, são gastos no convencimento do outro (aluno) de que o estudo/aprendizagem requerem interesse, persistência, foco, atenção, trabalho, em suma, disciplina.

Não a disciplina do submisso, do conformado, do ingênuo, daquele que a tudo vê e ouve e a nada questiona, mas a disciplina daquele que sabe o que quer, sabe o que busca para a sua vida e compreende que parte dessa busca está agregada ao seu comportamento em relação ao esforço empregado nessa busca.

Há crianças de seis, sete anos que chegam à escola totalmente esclarecidas sobre o que vão encontrar ali. Quando lhes perguntamos, nos primeiros contatos, o que se faz em uma escola, respondem de pronto que é aprender a ler e a escrever. Outras, no entanto, rejeitam o papel de estudantes até às últimas consequências.

 Deixam claro, já nos primeiros encontros com os professores e colegas de que estão ali, porque são obrigados pelas famílias e dizem literalmente: "estou aqui porque minha mãe me obriga"; "eu odeio estudar"; "minha mãe não estudou e ganha muito dinheiro, por que eu tenho que estudar? Esta foi uma afirmação e uma pergunta feitas a mim muito recentemente.

Estudar, conhecer melhor o mundo onde se vive; conhecer o funcionemento da sociedade; interessar-se pela origem do ser humano, do mundo, do universo... Enfim, nem sempre esses assuntos e/ou conteúdos escolares fazem parte do universo de interesse de boa parte dos alunos que frequentam as escolas.

Qualquer atividade proposta a esse tipo de aluno esbarra na armadura do seu interesse por elas. Se deixados a vontade, fazem da escola e/ou da sala de aula um lugar para a gritaria insana, para a  correria sem limite e objetivo, para a agressão gratuita ao outro (colega, professor, funcionário) e para o não fazer nada além dessas atitudes citadas.

Não gostam de ler, ou melhor de estudar um texto na sua profundidade para extrair dele informação, conhecimento, ou o prazer da descoberta de um outro mundo, via leitura.

Geralmente esses alunos demonstram claramente que já estão satisfeitos com o fato de terem aprendido a decodificar um texto, pensam que ler é somente decifrar  palavras. E, se rejeitam a leitura mais atenta e profunda de um texto, a escrita, então, vira um "Deus-nos-acuda"!

Para eles a escrita ortográfica inexiste, a legibilidade da letra e do texto nem pensar e refazer um exercício marcado pelas observações da professora, uma ofensa: "já fiz, pronto, prá que fazer de novo; num vô fazê, não"! "Faz você"! Fecham a cara, fitam a professora desafiadoramente, cruzam os braços e não refazem o trabalho de jeito nenhum.

Outros "esquecem" o material de uso em sala de aula, em casa. E quando é assim, ficam o tempo todo da aula sem o livro, sem o caderno, sem o lápis, sem nada... Perturbam a todos.

Os alunos motivados e interessados pelos estudos ficam prejudicados, porque a aula não rende, não sai do lugar e todos ao final de alguns momentos de "luta verbal" já estão completamente estressados e cansados da situação, que infelizmente se repete todos os dias, pelas salas de aula do país...

domingo, 14 de março de 2010

Tempo de Persistir

Como o agricultor que prepara a terra para receber a semente, sigo o plano de preparar os alunos para aprendizagens mais sólidas e consistentes. Estabelecida a rotina pedagógica; sabedora da capacidade da turma para novas aprendizagens, agora é seguir em frente.
Metas estabelecidas, objetivos definidos, recursos pedagógicos à disposição, o momento é o de ser persistente, acreditar no planejamento feito e executá-lo.
Dito assim, parece simples e fácil, mas não é.
Sala de aula é sempre sala de aula e lidar com gente um enigma constante.
Por mais que se organize o trabalho, por mais que se controle todas as variáveis, o momento da execução de um planejamento é imprevisível. O plano "B" precisa estar à mão caso não se queira perder o controle da situação. O tempo em sala de aula é escorregadio, traiçoeiro e quando pensamos tê-lo sob controle ele nos escapa.
Penso nas aulas que vou desenvolver com minha turma com antecedência; chego mais cedo e organizo tudo: das carteiras ao material a ser utilizado naquele dia para aquela situação já esquematizada, mas ora é um aluno que não está atento, ora outro que conversa com o colega do lado, ora é aquele que se levanta, pois precisa ir ao banheiro. E aquela menininha lá do fundo que de repente que faz uma pergunta "nada a ver" com o assunto do momento da aula?!
Há também as interferências de fora: o recado que precisa ser dado; a mãe que quer ser recebida porque não pode participar da reunião e não entende que a professora não pode dar-lhe atenção naquele momento, pois está desenvolvendo um trabalho com os alunos, ufa! Um sufoco. A sensação, ao final de quatro horas e meia de trabalho é a de ter sido atropelada por uma jamanta.
Saio exausta da sala de aula, todos os dias, e frequentemente frustrada por não ter cumprido nem a metade do que pretendera para aquele dia.
Dizem os teóricos de que temos que ser resilientes; passar por todas as pressões e retornar à calma, ao ponto de partida, ao que foi planejado. Persistir parece ser o nosso verbo motor.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sentimento Confuso

Não sei o que se passa comigo, mas não estou feliz e nem me sinto segura com o trabalho que venho desenvolvendo neste início de ano letivo.
Estou ainda na fase do conhecimento dos meus novos alunos, mas sinto neles uma espécie de rejeição a mim. Desde o dia dois de fevereiro estamos juntos, já fiz várias tentivas e propostas de organização dos trabalhos tanto dos pedagógicos quanto os relativos a organização da rotina em sala de aula e ainda não me sinto satisfeita.
O "olho no olho" ainda não aconteceu, as atividades não fluem, já estou "batendo de frente" com alguns alunos e tudo o que proponho em sala não está sendo levado a sério, é  como se não fosse prá valer.
Uma das questões que emperram uma sala de aula é o "entra-e-sai" de alunos para a ida ao banheiro e/ou sair para tomar água.
Como sempre, os alunos mais maduros e responsáveis assimilam logo de início as regras de organização desses fatos e usam-nas com propriedade e conforme o combinado. Porém, aqueles mais imaturos demandam tanto do professor quanto da turma, mais paciência e tempo para que também eles passem a colaborar com a rotina do dia -a- dia em sala de aula.
Essa organização se faz tremendamente necessária em função do que se pretente alcançar quanto ao rendimento pedagógico da turma, mas nem todos colaboram e/ou compreendem e, com isso, o contato diário com esses alunos, torna-se penoso não só para os professores da turma, mas também para os alunos que levam os estudos a sério.
Sinto-me já sem paciência para com os alunos que demandam mais tempo e mais atenção.
Será que é a minha idade que está pesando? O que fazer? Como lidar com os alunos rebeldes? O que fazer para que estes não monopolizem a atenção da professora e interfiram negativamente no comportamento da turma de um modo geral?

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O Retorno

Retornei a escola depois de seis meses de "Férias-prêmio".
Nada mudou! Aliás, achei a escola mais detonada ainda do que no ano de 2009.
A porta da minha sala de aula está com a fechadura arrombada, as cortinas das três janelas estão despencando e por isso há reflexos de luz no quadro dificultando o registro das atividades pelos alunos; dois armários de aço e dois escaninhos entulham a sala. No espaço que sobra mal cabem as vinte e oito cadeiras e mesinhas dos alunos e a mesa da professora. Não tenho, com isso, a opção de trabalhar em círculo, com os alunos. Resta-me, então, dispor as carteiras em dupla, ou em grupos de quatro. Quando preciso que os alunos trabalhem individualmente e/ou nos momentos de avaliação, passo o maior sufoco para conseguir enfileirar as carteiras e nos dias de trabalho em grupo, não posso usar o quadro de giz, porque um deles tem que ficar embaixo do quadro, na  falta de outro espaço.
Os livros didáticos, no seu terceiro ano de uso, (temos que usá-los por quatro anos consecutivos) estão um molambo, aqueles que foram devolvidos pelos alunos do ano passado... A maior parte dos livros (vinte e oito ao todo) só Deus sabe por onde andam.
Nesse contexto, encerro hoje minha primeira semana com a turma de 2010. Fizemos trabalhos de reconhecimento do terreno: apresentações mútuas, socialização das identidades tanto dos alunos quanto da professora, leitura de texto para observação das habilidades já adquiridas por eles; fizemos também algumas atividades de Matemática, Números Naturais: representação, ideia de conjunto e conceitos de cardinalidade aplicados em uma série de exercícios.
De um modo geral, parece que a turma está pronta e sem maiores problemas para fazer os estudos referentes ao sexto ano de escolarização.
Estou com boa expectativa.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Estudo de Texto na Formação de Professores

Texto Educar em Comunidade de Rafael Yus

Educar em Comunidade

Ênfase na educação holística. O holismo é uma teoria que considera a interação entre os elementos do universo; segundo essa teoria "a soma das partes é maior do que as partes que o formam.
Na sala de aula essa ideia resulta numa aprendizagem cooperativa e implica na teoria do controle, o acompanhamento do desenvolvimento humano; o que acontece dentro de cada um em interação com o outro; implica na aprendizagem em grupo; implica na cooperação em sala de aula; implica na comunidade de aprendizagem que é igual a comunidade ecológica: estudos responsáveis, experiências pessoais adaptadas ao aprender mais, envolvimento com os estudos no grupo, aprendizado significativo e aplicável à vida.
As escolas acolhedoras encontram-se em um nível mais amplo do que o da sala de aula.

Alfabetização Social
Princípios:
  • mundo amável;
  • pessoas criam o seu próprio mundo;
  • evolução da concepção ingênua do mundo à percepção crítica dos fenômenos sociais;
  • aquisição e uso de estratégias na resolução dos problemas.
A Alfabetização Social Implica em:
  • amor ao outro ;
  • humildade no trato com os fenômenos sociais e individuais;
  • fé no outro, no conhecimento e na força do trabalho consciente;
  • verdade nos posicionamentos sociais e individuais;
  • esperança nas propostas e nos propósitos a serem alcançados;
  • pensamento crítico em relação aos atores sociais com os quais nos relacionamos e com o ser que nós somos e nossas condições reais de enfrentar esse ou aquele problema.
O Último Dia de Formação

Para mim se deu no dia 05/11/09, isto porque não pude estar presente nas atividades do dia 06/11.

Pauta:
  • Roda de Conversa
  • Conversa sobre os textos lidos
  • Apresentação do caderno de metodologia das Tele aulas
  • Período de integração - modelos de atividades
  • Trabalho com a "Língua Portuguesa" - uma das aulas a serem dadas
  • Avaliação
Adorei participar desse evento. Ainda não sei se atuarei como professora do "Projeto de Aceleração de Estudos", mas só pela "Formação de Professores" já valeu.
Sucesso a todos e a todas!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Colunas de Sustentação da Tele sala

Coordenar
Avaliar
Socializar
Sintelizar
Esses são os princípios das tele aulas.
A turma se divide nessas quatro equipes: coordenação; socialização; síntese e avaliação. O trabalho de montagem das equipes pode ser iniciado a partir do estudo dos significados dos nomes de cada uma das quatro ações, eixos do funcionamento de um trabalho integrado professor/aluno, sendo o aluno, sujeito do processo ensino/aprendizagem.
O conceito de tele sala é simples, pois em qualquer lugar onde houver alunos, lá estarão os equipamentos e os recursos audio visuais que darão suporte para que as aulas aconteçam.
Portanto, é a organização da turma em equipes de trabalho que dará condição dos alunos agirem e se tornarem os condutores da própria aprendizagem.
Isto, porque, a Coordenação tem por função básica, a organização dos trabalhos da turma. A Avaliação, avalia o processo e corrige os rumos sempre que necessário. A Síntese se encarrega do registro das atividades da turma e a Integração, socializa e promove a união do grupo.
É de praxe que todos os alunos da turma, de tempo em tempo, troca de equipe, para vivenciar e adquirir as habilidades inerentes a cada uma das quatro funções. O melhor momento do rodízio será indicado pelo grupo. No primeiro módulo, principalmente, as equipes trabalharão todos os dias, cumprindo, cada uma, as tarefas inerentes à sua equipe.
Palavras geradoras de ações ou atribuições para as equipes: abstração, ação, afetividade, alternativas, alegria, valorização, superação, criatividade, cooperação, crescimento, gerência, compreensão, agilidade, humildade, comunicação, iniciativa, expressão, sensibilidade, tolerância, entusiasmo, objetividade, discernimento, parceria, responsabilidade, respeito, coerência, pertencimento, honestidade, planejamento, memória, participação,resultados,organização, clareza, dentre outras.
Integração das equipes
Ações:
- Agenda do dia
- Solução de problemas
-Organização dos grupos de trabalho
- Administração do ambiente
- Administração do tempo para cada atividade.
Reservar de quinze a vinte minutos ao final de cada aula, para que as equipes se articulem, para os trabalhos do dia seguinte.

(Por hoje é só.)

domingo, 31 de janeiro de 2010

Mais um dia de formação...

No dia quatro de novembro de 2009, iniciamos os trabalhos conforme fora estipulado no dia anterior:
  • Atividade integradora - dinâmica do barbante.
Material
1 pedaço pequeno de barbante.
Na roda, fomos orientados pela professora,  a fazer três nós, não superpostos, no barbante, usando a mão mais habilidosa e sem a ajuda de nenhum dos colegas de grupo.
Objetivo
Perceber que todos são capazes de fazer algo solicitado, porém cada um tem o seu próprio tempo e jeito de fazê-lo.
  • Acolhida
  • Palestra - Trabalho com a imagem - desenhista e cartunista Caulos
  • Trabalho das equipes - fundamentação da metodologia
  • Avaliação dos trabalhos do dia.
Palestra do Catunista Caulos
Linguagem das Imagens
A palavra e a imagem.
Disse o cartunista, desenhar é uma forma de escrever e o desenho deve ser lido. Todo bom desenhista, se praticar, pode escrever bem. Ver um desenho é ler. O desenho é a mais abstrata das artes; é uma inversão intelectual. O cartaz é uma convenção intelectual.
Ex. Fez o desenho de um sol e o desenho de uma montanha.
Comparando desenho e fotografia, disse que o fotógrafo é celetista, mas não inventa o que vê, enquanto que o desenhista...
A Linguagem Narrativa do Desenho
A História em Quadrinho chegou ao Brasil nos anos 30.
A linguagem do Gibi é toda ela inventada, convencionada.
Com o advento do computador, afirma Caulos, corre-se o risco de se perder a linguagem convencional da HQ.
O desenho traz a cumplicidade do espectador de aceitar a história que está sendo contada.
Falando da linguagem do cinema, disse que o cinema inicial era mudo e a narrativa era visual. Todos entendiam a história apenas observando a sequência das cenas mostradas.
O cinema atual, por ser falado, perdeu a magia da leitura visual das cenas.
Os bons diretores de cinema, afirmou, não se esquecem de que o cinema é uma imagem em movimento.
Sugeriu-nos e recomendou a leitura do livro de desenhos do JB de 1970.
Sobre o Cartum, disse que ele tem uma linguagem muito rica, porque é mais abstrata do que a linguagem da Charge. Esta é mais objetiva e datada.
A respeito de cultura e de tecnologia disse que a cultura é para sempre e a tecnologia se atualiza sempre.
Humor é diferente de engraçado. O humor pressupõe inteligência e informação.
Sugeriu a leitura do livro "Só Dói Quando eu Respiro" - Caulos do JB. Continuando sua explanação, Caulos disse que o desenho só tem valor na interatividade. No humor, existe algo fundamental que é tempo.
A Charge pressupõe uma leitura mais precisa, mais específica e, por isso, se torna menos artística, menos idealizada.
Até mais.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Evolução do Conceito de Avaliação

Conforme o prometido, retomo a síntese do curso de formação de professores promovido pela PBH/FRM.
Durante os quatro dias de formação dos professores da RME/PBH, participantes do "Projeto Aceleração de Estudos, parceria com a "Fundação Roberto Marinho", os professores representantes da Fundação seguiram para a nossa formação, a mesma metodologia para a qual estamos sendo formados, ou seja, já estamos vivenciando o que deveremos aplicar futuramente.
Sendo assim, iniciamos cada dia de formação a partir da exposição do roteiro de trabalhos do dia:
  • Acolhida
  • Roda de Conversa: pácto de convivência
  • Reflexão sobre o eixo temático do dia
  • Trabalho com as equipes: reflexão e construção das mesmas
  • Palestra sobre Avaliação
  • Roda para a avaliação dos trabalhos do dia
  • Dez minutos finais de organização das equipes para os trabalhos do dia seguinte.
A palestra sobre Avaliação foi proferida pela professora Tereza Penafirme, Doutora em Avaliação.
Entremeou sua palestra, dando-lhe, com isso, um caráter bastante informal, de casos pessoais e, entre um caso e outro, a professora fundamentava teoricamente o ato de AVALIAR.
Sendo assim, a professora destacou, dentre outros, os seguintes aspectos referentes a avaliação:
  1. Evolução do Conceito de Avaliação
          Primeira geração, início do século XX
          Avaliar = Medir.
          Foi o tempo da Mensuração.
         
         Segunda geração: anos 30/40/50
          Avaliar = Descrever.
         Os objetivos da aprendizagem foram alcançados?
         Foram tempos das avaliações: Diagnósticas - Formativas - Somativas.
         
         Terceira geração: anos 60/70/80/90
         Avaliar = Julgar.
         _O que é um bom aluno?
        
         Quarta geração: anos atuais
          Avaliar = Negociar.
         _O que é um aluno excelente?
         _Quais são os critérios para se estabelecer essa excelência?
         _Quem os estabeleceram?

O resultado disso tudo é que lidamos hoje com as seguintes questões:
  • Mérito
  • Relevância
  • Negociação
  • STAKEHOLDERS - INTERESSADOS
A saber: funcionou bem; quais foram os recursos utilizados;como foi quanto a relevância; qual foi o impacto causado; como os alunos sairão do curso?

Mudança de Paradigma na Avaliação

Evento X Processo
Medo X Coragem
Boletim de Notas X  Registro de Anotações
Autoritarismo X  Participação
Secreta X Transparente
Arbitrária X Criteriosa

Metas de Avaliação
Verifica até que ponto uma avaliação é:
1- Útil em guiar decisões.
2- Prática na condução.
3- Ética em lidar com pessoas e organizações.
4- Tecnicamente confiável.

Padrões Universais da Avaliação
  • Utilidade
  • Viabilidade
  • Ética
  • Precisão
  • Escala conceitual de 1 a 5 tem-se:
5 para 10
4 para 9
3 para 8
2 para 7
1 para 6

REFLEXÕES SOBRE O  AVALIAR, HOJE.

O elogio se faz em voz alta.
A crítica se faz em voz baixa para que o outro não se sinta humilhado.
Os instrumentos de avaliação têm que ser precisos.
Há que ter bom senso, sempre.
A sensibilidade humana no ato de avaliar é imprescindível

Continuaremos amanhã.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Projeto Acelaração de Estudos/Síntese da Formação

O primeiro encontro da "Formação de Professores" da Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte se deu nos dias três, quatro, cinco e seis de novembro de 2009.
Minha turma teve como professores representantes da "Fundação Roberto Marinho", as educadoras: Prf.ª Nair e a Prf.ª Juliana.
O primeiro momento foi denominado
"Acolhida".
Professores em círculo.
Objetivo:
-nivelar conhecimentos, visto que,  ninguém é dono da verdade;
-apresentação inicial dos professores e dos participantes;
-socializar a identidade de todos.
Procedimentos no círculo, mediados pela professora Nadir;
- um passo à esquerda e ocupar o lugar do colega à esquerda - eu e o outro;
- um passo à direita e ocupar o lugar do colega à direita - eu e o outro;
- volta ao espaço inicial de cada um - eu comigo mesmo;
- um passo ao centro -  os trabalhos em grupo evoluem;
- um passo atrás e retorno ao ponto de partida - todo trabalho é passível de avaliação e de retomada de propósitos.
Professores em pequenos grupos;
- socializar as identidades;
- construir crachás;
- incluir no crachá, além do próprio nome, palavras com quais cada um se identifica;
- elaborar, a partir daí, o perfil do grupo.
- socializar, no grupão, os perfís levantados para cada grupo;
- perceber a diversidade de pensamento e de cultura de cada elemento do grupo.
- levantar as expectativas do grupo em relação à Formação a ser realizada.
MOMENTO COM O ALUNO
1- Trabalhar a identidade do aluno.
2- Metodologia do telecurso: recriar, refazer sem perder as características.
    Os alunos serão convidados a participar de todo o processo, serão os sujeitos de suas aprendizagens.
3- Valorizar as produções dos alunos, expondo-as, sempre, nas paredes da sala de aula.
Primeiro Módulo: Língua Portuguesa e Ciências.
Segundo Módulo:
Terceiro Módulo:
METODOLOGIA
1- Período de Integração
    Antecede o trabalho com as disciplinas
  • Socializar as identidades.
  • Elaborar pactos de convivência.
  • Elaborar pactos didáticos.
  • Organizar a turma em Equipes de Trabalho.
2- Levantamneto:
     . das expectaticvas dos alunos quanto ao projeto;
     . das experiências e vivências de cada um deles;
     . das ações necessárias ao desenvolvimento das propostas levantadas.
Obs. As propostas levantadas com os alunos quanto aos pactos comportamentais e pedagógicos devem ser entregues aos alunos, por escrito, no segundo dia de aula ou encontro.
         Sempre que necessário retomar com o aluno, ou com o grupo, os pactos estabelecidos.
         Avaliar, sempre, o processo de ensino/ aprendizagem, com o aluno e com o grupo.
         Fazer o registro diário da frequência do aluno.
         Ausência do aluno às aulas, somente com justificação.
3- Proposta Pedagógica
    Elemento gerador: o ser humano; aluno e professor.
    Educação voltada para o desenvolvimento do ser.
    O aluno é o foco de interesse da proposta.
4- Procedimentos
    - O que utilizar para que essa educação aconteça?
    - E para que ele se perceba cidadão do mundo e no mundo?
Primeiro Módulo - Quem sou eu?
-Ser biológico.
-Ser social.
-Ser histórico.
-Ser contemporâneo.
Proposta
- Dinâmicas de grupo
Ex. Mandala - recurso.
.Espalhar gravuras pelo chão.
.Observação das gravuras pelo grupo.
.Perceber a identificação de cada um por esta ou aquela gravura.
.Leitura de imagens a partir da gravura escolhida.
.Fragmentos de textos para serem relacionados, por semelhança ou por antagonismo, às gravuras escolhidas.
Reflexão
Somos seres de linguagens: verbais, não verbais, comportamentais e expressivas.
Por hoje é só. Continuaremos amanhã.
   
    

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

De volta ao começo

Dia primeiro de fevereiro de 2.010 estarei novamente atuando profissionalmente. Fiquei durante seis meses em casa, gozando um período de férias-prêmio e retorno ao meu trabalho em fevereiro.
Estou preocupada, mas ao mesmo tempo desejando esse retorno. Quero conhecer,desde já, meus novos alunos. Pretendo fazer um excelente trabalho com eles; quero inovar, fazer diferente.
Penso estimulá-los a participar ativamente das aulas e buscar, a partir das necessidades deles, os melhores projetos de estudo para o ano de 2.010.
Vamos lá!
Em tempo: Ainda não defini se vou atuar no "Projeto Aceleração de Estudos", parceria da PBH com a "Fundação Roberto Marinho".
Tudo está dependendo de eu conseguir organizar uma turma de pais dos alunos da escola que não terminaram o ensino fundamental. Caso consiga, então trabalharei com eles à noite e pela manhã com meus alunos do ensino matutino, meu turno de lotação na Escola.