sábado, 18 de outubro de 2008

O Terrário

Após o recesso escolar retorno 2ª feira à sala de aula; teremos aulas até 16 de dezembro e encerraremos este ano letivo. Serão praticamente mais 50 dias de aula! Pouquíssimos dias para uma enormidade de conteúdos a serem trabalhados... Como já disse anteriormente, trabalho com livros didáticos e gosto dessa prática embora saiba que muitos da tribo preferem "fabricar" seus recursos pedagógicos, textos principalmente, selecionando-os de outras fontes.
Como não quero inventar a roda todos os dias e não sou especilista de todas as matérias que leciono faço uso dos livros didáticos da melhor forma que posso.
No semestre passado, estudamos várias unidades sobre os seres vivos, as relações existentes entre eles, seus ecossistemas, preservação do meio ambiente dentre diversos outros conceitos pertinentes à área das Ciências Naturais ou da Natureza. Ao final dessa unidade o autor do livro didático adotado por mim, sugere a construção de um "Terrário", para ficar exposto em sala e servir de meio a observação do desenvolvimento da vida ali naquele ambiente artificial, posto que criado por nós, no caso, meus alunos e eu.
Arranjei uma forma de todos participarem dessa construção; seguindo a orientação dada pelo autor do livro, listei as várias tarefas e os vários materiais necessários à feitura do terrário; dividi estas tarefas entre os alunos mediante sorteio; dessa forma todos puderam contribuir com alguma coisa; a mim, coube levar para a escola um recipiente de vidro, em boas condições, de um velho aquário desativado em minha casa e que fora do meu filho mais velho; levei também os materiais mais difíceis de os alunos conseguirem por eles mesmos; no mais, cada um pode levar das sementes a serem plantadas ao paninho e detergente líquido para a limpeza do recipiente, antes da montagem do terrário.
Assim, na seqüência sugerida pelo autor do LD (livro didático), cada dupla de aluno sorteada foi executando a sua tarefa até o final quando cobrimos tudo com o papel filme, última etapa da construção. Deixamos ali plantadas sementes de: tomate, boca-de-leão, capitão, jatobá, pinheiro brasileiro e cravo-rosa (ao todo três espécies de plantas de pequeno porte e duas de grande porte; sementes grandes e sementes pequenas, miúdas). Deixamos o terrário na janela da sala, sobre uma banqueta de cimento, onde recebe a luz do sol, logo no comecinho da manhã. Os alunos ficaram muito entusiasmados com essa atividade, orgulhosos mesmo! Uma semana depois, puderam ver, com alegria, que as primeiras sementes começavam a germinar, as de tomate. Foi uma vibração total. Várias observações surgiam espentaneamente: fessôra, por que que tá molhado! Parece que o vidro tá suando! Antes mesmo que eu começasse a responder um outro já tomava a minha frente e dizia: "Oh! Sô. Num tá veno que o sol esquentou a água que tá lá no potinho que nóis dexou lá dentro! Então, ela virou vapor e num saiu porque tá tudo tampado! É assim que vai ficar, tudo molhado e a gente num precisa jogá água nas semente plantada!
Pois é, estamos observando semanalmente, (diariamente por que todos os dias a primeira coisa que eles fazem é observar o terrário) mas é semanalmente que fazemos observações dirigidas por mim e concomitantemente vou escrevendo no quadro e todos copiam em seus cadernos de Ciências, o resultado da observação: o que mudou, qual planta já germinou, o que está acontecendo com a água deixada no meio do terrário em um potinho de plástico, etc.
Segunda-feira, tenho certeza, a primeira coisa que farão ao entrar para a sala, será correr para o terrário e ver o que aconteceu às plantinhas que já estavam bem grandinhas quando entramos em recesso escolar, mas nem todas tinham germinado ainda. Será que as sementes de jatobá, de capitão e de pinheiro-brasileiro irão germinar? Eu também estou curiosa...

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