segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O Professor Está Só

Trabalhamos sós. Precisamos urgentemente do diálogo com os outros profissionais da saúde, da assistência social e da cultura para nos dar o suporte necessário ao trabalho pedagógico que realizamos com e para os alunos.
Menino doente não aprende. Falo das doenças do corpo, da alma e da sociedade.
Professor doente não ensina: doença do corpo, da alma e social. E mais, sociedade da era da comunicação não pode admitir o isolamento profissional: a falta de interação com os outros órgãos de assistência social, humana, psicológica e cultural, em benefício de alunos e professores.
Como obter o rendimento escolar desejado, de alta qualidade, com criança que se queixa de dor de dente, dor de cabeça, de desânimo! Como obter o tão almejado rendimento escolar de crianças infreqüentes, desatentas, dispersas... Não há o que fazer por elas? Somente o professor e a escola são os responsáveis por este estado de coisas?
Houve um tempo na Prefeitura que contávamos com médicos, psicólogos, dentistas, assistentes sociais, dentre outros, juntos a nós professores, no atendimento aos alunos.
Por questões ideológicas e econômicas, certamente, tudo isso acabou.
A lógica, hoje, é a de que a escola cuida do pedagógico e os outros setores da Prefeitura cuidam das outras questões que envolvem os alunos e suas famílias. Vivemos, então, num total isolamento! Não contamos com nenhum outro profissional sequer para trocar idéias a respeito do por quê do desempenho do aluno X , Y ou Z.
Idealmente deveríamos desenvolver um trabalho pedagógico assentado no coletivo da comunidade escolar, mas nos foi tirado até o tempo de 1h semanal, com o qual contávamos para fazer as reuniões pedagógicas internas. Trabalhamos de segunda à sexta-feira sem ter a menor noção do que acontece na sala de aula vizinha à nossa. E pensar que vivemos em plena era da comunicação, pretensamente, com todos os recursos comunicativos adivindos daí à nossa disposição.
Pois, sim!

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