quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Aluno especial

Ninguém, a não ser quem está lidando diretamente com o caso, sabe o que significa trabalhar com um aluno que demanda outros cuidados para além dos pedagógicos.
Trabalho, neste ano, com um aluno, que desde o início, em fevereiro, chamava a minha atenção devido à sua total inquietação e alto nível de ansiedade, em sala de aula.
Ele é pouco desenvolvido fisicamente para a idade , 11 anos - altura e massa corporal - é extremamente agitado, falante, voz estridente e alta. Toma o turno da fala de qualquer um seja colega ou professores; responde sempre em primeiro lugar, não importa se corretamente ou não; ninguém tem vez com ele; é o primeiro e o único a ler, a responder a qualquer questão, a fazer qualquer atividade. Basta-me começar a perguntar "quem quer fazer..." e ele logo toma a frente!
Incomoda muito, essa atitude dele, a mim como professora e aos colegas como participantes do mesmo grupo e portanto com os mesmos direitos. Porém, não atinava muito bem, com o motivo que o levava a ser tão egoísta!
Sempre procurei entendê-lo e controlá-lo da melhor forma possível e me colocava como mediadora dos conflitos surgidos em sala, por causa dele.
Até que um dia, tudo começou a ficar mais claro. Num determinado instante do primeiro semestre letivo, o aluno em questão, entrou em convulsão, enquanto fazia o "Para Casa"; relato de uma parente que o acompanha.
Levado ao médico e muitos exames depois ficou diagnosticado ser o aluno portador de uma espécie de aneurisma cerebral; a indicação de tratamento é cirúrgica e com poucas chances de sucesso, segundo relatos familiares. Ainda segundo os médicos, relato da família, a agitação e a ansiedade em demasia do aluno se explica por aí. A pedido do médico neurologista, fala da família, o aluno precisa ser estimulado a participar das aulas, a escrever com legibilidade ( a letra dele é quase ilegível) e a ter limite; precisa ser contido nos seus impulsos... Passou a tomar uma medicação ante convulsivante; a qualquer momento ele pode entrar em crise e precisa ser socorrido imediatamente. Nesse caso, ser encaminhado com urgência ao hospital para uma cirurgia de emergência , de altíssimo risco e alta probabilidade de não dar certo...

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