segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Educação no Brasil:de quem é a culpa?

Li na última edição da Revista Veja (3/12/08) um artigo do articulista Gustavo Ioschpe intitulado "Violência escolar:quem é a vítima"?
O autor em questão comenta alguns fatos relativos ao tema; diz ser contra a toda forma de violência; reconhece que existem indisciplinas nas salas de aula que precisam ser coibidas; compara os casos de violência nas escolas brasileiras aos dos EUA de dez anos atrás e afirma que "aqui no Brasil nós só temos olhos para um lado da violência escolar: aquela dos alunos contra os professores e funcionários".
Comenta ainda que a maioria das nossas escolas está longe de ser refém da criminalidade que aparece nos jornais, pois as estatísticas oficiais, colhidas pelo MEC junto aos professores, pintam um quadro menos sombrio.
Gustavo Ioschpe nos dá a entender que tão grave quanto a violência dos alunos em relação aos professores e funcionários é a violência das escolas, entenda-se aí, dos professores e dos funcionários, contra os alunos. Afirma que essa violência existe, sob vários aspectos, e não alcança a mesma repercussão daquela na mídia.
Cita, no artigo em questão, um estudo da UNESCO, chamado "Repensando a escola", realizado por pesquisadores/observadores, em 225 escolas de dez estados brasileiros. Destaca deste estudo, dentre outras coisas, aspectos que caracterizam a atual escola do país dizendo-nos que: " é uma escola que insiste na disciplina e coíbe a criatividade; onde a pregação ideológica substitui a preocupação com o saber". Mais adiante diz que o estudo comentado constata que na maioria das salas de aula ou dos professores observados "parecia não haver planejamento das aulas e quando havia era pouco estimulante, limitando-se quase que exclusivamente a seguir o livro didático, tornando as aulas enfadonhas e de pouco interesse". Continua destacando o estudo da UNESCO, onde se afirma "serem as aulas monótonas, sem alegria, sem novidades, sem recursos".
Confesso que fiquei sem palavras, sem o que pensar, ou, com muito mais a pensar, pois me reconheço nesse universo e não me sinto nem um pouco à vontade. Também não me sinto culpada ou relapsa, ou omissa ou seja lá que outros adjetivos caibam nessa situação.
Meus colegas professores, muitos deles, são tão preocupados com o caos da educação no Brasil quanto eu, quanto você, quanto Gustavo Ioschpe. Mas o que fazer? Por onde começar? Quando e quem dará o primeiro passo?

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