quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Mais um ano letivo que vem

Chego ao final de mais um ano letivo. Ao todo são 13 anos na mesma escola. Passei por outras funções na Rede _ coordenador pedagógico, diretor de escola e finalmente professor; de certa forma fiz um caminho diferente do de outros profissionais; é natural que se comesse como professor para, com o tempo, chegar-se a coordenador e diretor.
Porém, penso que a "ordem dos fatores não altera o produto" e, por ter assumido outras funções antes da sala de aula, hoje posso afirmar com segurança que o lugar que importa mesmo em uma escola é o da sala de aula. É lá que tudo acontece e é por causa do aluno que todos sobrevivemos, temos uma profissão e a oportunidade de exercê-la.
Pena que nem todos os profissionais da educação pensam assim e chegam a afirmar que "a escola seria o melhor lugar do mundo não fossem os alunos que lá transitam para azucrinar a vida de quem nela trabalha".
Parece só mais uma frase de efeito, mas não é. Infelizmente alguns profissionais a levam a sério e o final de ano torna-se um leilão de quem pega os melhores lugares, as melhores turmas, os alunos bonzinhos, os cheirozinhos, os menos levadinhos... E é um tal de eu sou mais antigo portanto tenho o direito de escolher. Escolhe-se aluno como se cata feijão; ninguém se propõe a trabalhar com aqueles considerados "difíceis" e eles sobram como o "jiló na janta", porque sempre ficam com os profissionais que não têm saída, com aqueles que têm algo a perder ,caso não os assumam _ uma dobra, uma escola (se são excedentes ali) ou mesmo uma vaga, se são novatos.
Geralmente o regimento interno das escolas protege os mais antigos dando-lhes a chance da escolha dos melhores postos; poucos são os diretores de escola que fazem valer a lei do bom senso determinando a função e a turma conforme o perfil e a formação do professor.
O clima entre todos se torna tenso e vence quem grita mais, ou o mais antigo e/ou o protegido da direção.
Não há uma política de distribuição de turmas baseada no diálogo, no consenso, na democracia e na competência profissional para tal ou qual função; se há regras, elas são mutáveis conforme a conveniência e o interesse de poucos.
É dessa forma que um novo ano escolar se delineia nas escolas municipais de BH, salvas algumas poucas e raras exceções.
Dois mil e nove ainda nem começou e já está selada a "sorte" de determinados alunos e professores. Aprendizado eficiente? Desempenho pedagógico dos alunos e da escola? Satisfação de alunos e professores em sala de aula? E quem é que se importa com isso?!

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