Chego ao final de mais um ano letivo. Ao todo são 13 anos na mesma escola. Passei por outras funções na Rede _ coordenador pedagógico, diretor de escola e finalmente professor; de certa forma fiz um caminho diferente do de outros profissionais; é natural que se comesse como professor para, com o tempo, chegar-se a coordenador e diretor.
Porém, penso que a "ordem dos fatores não altera o produto" e, por ter assumido outras funções antes da sala de aula, hoje posso afirmar com segurança que o lugar que importa mesmo em uma escola é o da sala de aula. É lá que tudo acontece e é por causa do aluno que todos sobrevivemos, temos uma profissão e a oportunidade de exercê-la.
Pena que nem todos os profissionais da educação pensam assim e chegam a afirmar que "a escola seria o melhor lugar do mundo não fossem os alunos que lá transitam para azucrinar a vida de quem nela trabalha".
Parece só mais uma frase de efeito, mas não é. Infelizmente alguns profissionais a levam a sério e o final de ano torna-se um leilão de quem pega os melhores lugares, as melhores turmas, os alunos bonzinhos, os cheirozinhos, os menos levadinhos... E é um tal de eu sou mais antigo portanto tenho o direito de escolher. Escolhe-se aluno como se cata feijão; ninguém se propõe a trabalhar com aqueles considerados "difíceis" e eles sobram como o "jiló na janta", porque sempre ficam com os profissionais que não têm saída, com aqueles que têm algo a perder ,caso não os assumam _ uma dobra, uma escola (se são excedentes ali) ou mesmo uma vaga, se são novatos.
Geralmente o regimento interno das escolas protege os mais antigos dando-lhes a chance da escolha dos melhores postos; poucos são os diretores de escola que fazem valer a lei do bom senso determinando a função e a turma conforme o perfil e a formação do professor.
O clima entre todos se torna tenso e vence quem grita mais, ou o mais antigo e/ou o protegido da direção.
Não há uma política de distribuição de turmas baseada no diálogo, no consenso, na democracia e na competência profissional para tal ou qual função; se há regras, elas são mutáveis conforme a conveniência e o interesse de poucos.
É dessa forma que um novo ano escolar se delineia nas escolas municipais de BH, salvas algumas poucas e raras exceções.
Dois mil e nove ainda nem começou e já está selada a "sorte" de determinados alunos e professores. Aprendizado eficiente? Desempenho pedagógico dos alunos e da escola? Satisfação de alunos e professores em sala de aula? E quem é que se importa com isso?!
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
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