quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Aceito receitas

Num certo período das Faculdades de Educação, principalmente das Federais, virou moda rotular de pouco criativos aqueles professores que priorizavam o trabalho em sala de aula a partir do uso sistemático do Livro Didático e/ou aqueles que "cobravam" nos congressos, seminários e cursos de formação "receitas" para aulas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências... Sugeriam-lhes, então, que fossem criativos, que cada caso era um caso, que não dava para oferecer receitas de como se "dar aulas", (expressão abominada por esses teóricos) porque "dar aula", diziam eles, não é a mesma coisa que fazer um bolo" e blá, blá, blá.
Tudo muito bem, tudo muito bom! Sim, o professor deve ser o mediador do conhecimento, aquele que propõe, mas que também observa o aluno, ouve e reconhece nele um ser de cultura e de saber, de interesses vários que precisam ser atendidos e transformados em aulas lúdicas, interessantes, estimulantes, criativas, empolgantes, vivas, alegres, inovadoras...
Observo muito as aulas da TV Futura, dos Tele-cursos, das TVs Educativas; observo também os créditos desses programas. Há sempre uma equipe imensa e todos os recursos de imagens, documentários, ilustrações animadas dos conceitos apresentados; dramatizações (feitas por atores profissionais) das situações apresentadas como conteúdos de estudo; entrevistas com os especialistas de cada assunto abordado e visitas aos locais em destaque. Tudo o que eu sonhei e sonho como recurso para as minhas aulas aparece ali materializado na forma de textos e imagens.
Porém, pergunto: o quanto de tempo e o quanto em recursos (humanos e materiais) são gastos na produção desses programas? Eu não sei. Mas sei que para as minhas aulas conto com uma equipe formada por mim e eu mesma; com meus colegas de escola, que vivem nas mesmas condições em que eu; com o meu tempo, que é o de um dia para o outro e com o tempo mais longo, que é o dos finais de semana e feriados; tenho os recursos de televisão e vídeo da escola, que sempre são disputados com os professores das outras turmas; tenho os livros didáticos e outros gêneros, da nossa biblioteca, tenho uma acanhada biblioteca particular, no meu armário de sala de aula (livros guardados em caixas de sapatos) e outros materiais xerocados; uma ou outra excursão, que deve caber no orçamento da escola para tal finalidade e ser distribuído entre todas as turmas; conto com a boa vontade dos vários funcionários da escola, dos próprios alunos e de seus familiares; conto ainda, e não recuso jamais, com as receitas de atividades e de projetos que deram certo em outras turmas ou em outras escolas.
Estou aberta a todas as receitas: novas e velhas também, desde que funcionem é claro! E, por que não?!

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