sábado, 27 de agosto de 2011

Dona Lúcia Disse... em 1972

Tenho em mãos um livro de "Didática da Linguagem Comunicação e Expressão" denominado "Métodos de Ensino de Leitura" de autoria  da magnífica educadora mineira Lúcia Monteiro Casasanta - D. Lúcia Casasanta, como era chamada por todos que a conheceram e que tiveram o privilégio de estudar com ela ou de trabalhar com ela.
Segundo a professora Ângela Dalben, na oportunidade em que recebia a "Comenda Lúcia Casasanta", concedida pela Fundação Amae para Educação e Cultura, no dia 04 de janeiro de 2007, [...] " A vida da educadora Lúcia Casasanta foi marcada por seu profundo compromisso com a causa do ensino fundamental, lutando por uma escola plena de emoção, sabedoria e técnica, onde o desenvolvimento linguístico das crianças fosse a evidência maior de uma educação de qualidade."
"A vida profissional de Lúcia Casasanta, ressalta Dalben, confunde-se com a história da Educação em Minas Gerais durante mais de meio século.
Exerceu profunda influência no ensino da leitura e escrita , despertando em suas alunas o espírito científico da pesquisa e da fundamentação teórica na prática pedagógica, motivo do significativo avanço no desenvolvimento do ensino da leitura em Minas Gerais."
Não tive a sorte de ser aluna de D. Lúcia Casasanta, mas fiz o Curso Normal e a seguir o Curso de Pedagogia, no Instituto de Educação de Minas Gerais, quando à época ela tornara-se diretora do Curso de Pedagogia. Lembro-me de tê-la visto passar, algumas vezes, pelos corredores do Curso de Pedagogia; eu a olhava com admiração, respeito e carinho.
Hoje, tantos anos depois, nos deparamos, periodicamente, com os resultados desastrosos dos testes de leitura aplicados aos alunos das escolas públicas e das particulares, estampados nos jornais e apresentados como prova concreta do fracasso e do caos educacional em que estamos mergulhados.
Nas primeiras frases da "Introdução" do livro ao qual me referi acima "Métodos de Ensino de Leitura", D. Lúcia afirma literalmente: " Tenho para mim que ideias novas, propriamente ditas, não existem ou são raras. Quando, porém, a Ciência destrinça os casos de nossa experiência comum, há que optar entre deixar que fiquem como se acham ou tentar levá-los adiante, a fim de que outros façam o mesmo". [...]
Desconfio de que nós, professores, há muito  optamos, sabe-se lá por que,  por deixar o ensino da leitura e da escrita como se acha; desistimos de encontrar um método, um modo de ensinar a ler e a escrever embora estejamos no século XXI, era da COMUNICAÇÃO e da NEUROLINGUÍSTICA.
E pensar que quarenta anos atrás D. Lúcia já defendia o ensino do ler e do escrever com base na Ciência e na pesquisa...
Conversaremos mais, em outras oportunidades, sobre o livro citado aqui. Acho que valerá a pena.

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