quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

No Reino Perdido

Era uma vez um reino perdido do novo mundo. Lá viviam pessoas felizes e perfeitamente integradas à natureza. É certo que brigavam, pois se subdividiam em várias tribos cada qual com seus costumes, suas crenças e modo de viver. Eles eram  povos primitivos que viviam da caça, da pesca e da coleta de raízes e de frutos. Como a região era tropical, não se vestiam, andavam nus e não se importavam com a exibição de seus corpos. Isso, sequer era problema para eles.
Certa vez, as tribos do litoral desse reino avistaram ao longe, ainda em alto mar, algo que mudaria para sempre as suas vidas.
Os enormes monstros que deslizavam na superfície do mar  se dirigiram a eles, que estavam na praia. De dentro dos monstros saíram uns seres estranhos querendo estabelecer contato.
Medo e estranhamento foi o primeiro sentimento de ambas as partes, mas com o tempo e algumas trocas de  presentes  a confiança se estabeleceu e a amizade se fez.
No entanto, achando-se superiores àqueles nativos, com perspicácia e argúcia, os visitantes apossaram-se das novas terras e das pessoas que nela encontraram: ensinaram-lhes seus costumes, vestiram-lhes os corpos, mostraram-lhes outro Deus, aproveitaram-se da força de trabalho daquele povo dócil e ensinaram-lhe uma nova forma de falar e de pensar... Mas não ensinaram tudo; ensinaram-lhes somente o que fosse útil ao novo senhor daquele imenso reino.
Tornaram-se amigos, tornaram-se amantes, misturam-se com outros estrangeiros, igualmente dominados e escravizados e dessa mistura, surgiu um novo ser do reino...
Passou o tempo, o reino mudou, as pessoas mudaram, o mundo mudou.
Porém, uma coisa não mudou. Ainda existe nesse reino aqueles que se sentem superiores aos outros. E isso fica evidente na forma de ensinar/aprender das pessoas do reino. Quem tem mais aprende mais quem tem menos aprende menos ainda.
O reino se diz democrático, fato verdadeiro, pois no sistema de ensino, não importa se pobres ou ricos todos privam da mesma mediocridade. As notas alcançadas pelos cidadãos do reino, quando comparadas às notas de outros povos evidenciam a ignorância de todos. Mas ninguém liga. Nem ricos, nem pobres; não há nenhuma mobilização popular ou da elite letrada para mudar o quadro do desastre educacional do reino.
Está em voga, no entanto, dizer que os professores são culpados pelo fracasso educacional de lá. Dizem que os professores são fracos e não têm domínio do conteúdo a ser ensinado; não dominam igualmente a tecnologia de ponta que lá existe como recurso educacional.
O que eles não dizem é que são eles mesmos que formam o professor; são eles que definem as políticas educacionais que o professor deve seguir; são eles que determinam os recursos a serem utilizados no sistema educacional do reino.
Durante toda a existência do reino os donatários de plantão sonharam e ainda sonham com uma fada madrinha que faça o milagre ou a mágica do ensinar/aprender sem esforço, sem gasto de tempo ou de recurso. Mas essa fada não existe e o "Pó de Pirlim-pim-pim", criado por um gênio que habitou o reino tempos atrás, está trancado no "Sítio do Pica-Pau-Amarelo"(obra maior do gênio) e o mesmo, por incrível que pareça, está sendo perseguido(de novo!) por alguns súditos  que não compreendem ou não querem compreender o contexto histórico da criação literária desse súdito.
Pode ser que a história da educação do povo desse reino tenha um final feliz, como soe acontecer em todos os contos de faz-de-conta. Mas, para isso, faz-se necessário deixar-se de lado a esperança de que um milagre aconteça, para apostar no trabalho sério, duro, árduo, contínuo e persistente de todos os habitantes do reino em prol da educação de qualidade para todos.
Sendo assim, as palavras mágicas para que o milagre aconteça são: avante, em frente, planejamento, foco, persistência, conhecimento, tecnologia e disciplina...
E assim, quem sabe, encontrar-se-á a luz no fim do túnel.

Um comentário:

Unknown disse...

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