terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Resgate do Ensino de Matematica Fundamental

Estou fazendo mais um curso de formação em serviço, patrocinado pela SMED/PBH (Secretaria Municipal de Ensino/Prefeitura de Belo Horizonte). Desta feita, Matemática. O curso teve seu início em março deste ano e se encerrará em novembro, do mesmo ano.
Logo no primeiro módulo, em março, fiquei surpresa e encantada com o dinamismo e o entusiasmo da professora, Luciana Tenuta. À época, confesso que cheguei à sala de aula um tanto desconfiada de que assistiria a mais uma daquelas aulas que nos impingem para nos convencer de que "a sala de aula é muito chata; o aluno precisa aprender brincando; o aluno da periferia é mais esperto em cálculos do que o aluno rico porque aquele vive na rua e, para se defender aprende a se virar sozinho... E tudo o mais que alguns teóricos do ensino contemporâneo da Matemática defendem  ao mesmo tempo que descartam e criticam o ensino da Matemática centrado numa sequência lógica de conteúdos, uns sendo pré-requisitos para outros. Aliás, pré-requisito, conhecimento prévio, memorização dos fatos ou coisas semelhantes, características do ensino tradicional, foram banidos das intenções pedagógicas desses defensores do ensinar/aprender Matemática brincando, a partir de jogos.
Como tive uma formação de didática em Matemática à moda antiga, nunca me deixei convencer por esses profissionais e sempre mantive minha metodologia de trabalho baseada na necessidade de se ter uma sequência lógica de ensino, partindo-se do concreto para o abstrato, da construção de conceitos a partir daquilo que faz sentido para o aluno, do exercício em sala e em casa, para consolidar o aprendido e da aplicação do conhecimento matemático adquirido, na vida.
Pois bem, a professora Luciana me "pegou" logo "de cara", na primeira aula que assisti. Pensei "essa é das minhas, vou gostar dela"!
E não deu outra. Ela é muito boa! Entusiasmada, sabe onde "o bicho está pegando" para nós professoras e nos deixa confortáveis quando ressalta a necessidade do ensino de conteúdo, sim; quando nos lembra do ensino matemático tendo como perspectivas: o que é vivido pelo aluno; (suas experiências, seus conhecimentos intuitivos da Matemática) o que é percebido por ele, no momento mesmo do desenvolvimento do conteúdo em sala de aula e, finalmente, o que é concebido: o que está registrado no mundo das ideias, dos símbolos matemáticos, dos sinais, dos textos e dos exercícios propostos nos livros didáticos, enfim, do abstrato, do subjetivo em Matemática...
Lindo! Que bom! ...
E, ao mesmo tempo, que triste! Quanto tempo perdemos a partir das "baboseiras" teóricas pouco apreendidas por muitos professores, mas colocadas em prática, do "Construtivismo". Praga que acabou com o ensino organizado, sequenciado, baseado em métodos bem fundamentados, tanto da Leitura e da Escrita, quanto da Matemática fundamental. 

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