Jesuítas portugueses, americanos em diversos momentos históricos, franceses, espanhóis e até argentinos (vide Emília Ferreiro) foram e ainda são nossos mentores educacionais. Jamais fomos capazes de organizar o "Sistema Educacional Brasileiro" conforme nossa cultura e nossas necessidades sociais. E aí deu no que deu! Em matéria de Educação Escolar Formal (pública ou privada) estamos nos últimos lugares do ranking. Perdemos pra todo o mundo!
Digo tudo isso para recomendar a leitura de uma reportagem da "Veja" dessa semana (30/09/09) que se intitula "Um triste cenário do ensino no Brasil", página 132.
O texto da reportagem faz comentários a respeito do trabalho de pesquisa do professor doutor em economia pela Universidade de Chicago, o Sr. Martin Carnoy, de 71 anos.
Segundo a revista , o professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, veio ao Brasil em 2008 para coordenar um estudo cujo objetivo maior era o de entender, sob o ponto de vista da sala de aula, algumas das razões do mau ensino brasileiro. Dentre as várias constatações, óbvias para mim há muitos anos, feitas pelos pesquisadores, a respeito da realidade das salas de aula brasileiras, quero destacar:
- as escolas brasileiras, públicas e particulares, não oferecem grandes desafios intelectuais aos estudantes;
- há predominância do improviso, por parte dos professores e minutos preciosos de aula se esvaem com a indisciplina e a quantidade absurda de trabalho em grupo sem nenhum objetivo de aprendizagem controlável tanto pelos mestres quanto pelos alunos;
- falta ao Brasil entender o básico: os professores devem ser bem treinados para ensinar;
- o construtivismo, que é hoje aplicado em escolas brasileiras, está tão distante do conceito original de Jean Piaget, que não dá para dizer se se está diante dessa teoria;
- falta um olhar mais científico e apurado sobre o que diz respeito à sala de aula;
- há um excesso de ideologia nas salas de aula e há falta de bons professores;
- a chave para o bom ensino é atrair para a carreira de professor aqueles que foram os melhores estudantes, cérebros brilhantes, ensino brilhante mediante salário motivador;
- os professores brasileiros precisam ser inspecionados e prestar contas do seu trabalho, visto que atualmente, cada um faz o que quer e ensina "aquilo que lhe dá na telha".
Isso é bom desde que as políticas educacionais levem em conta o nivelamento do aprendizado dos alunos brasileiros aos melhores no ranking das avaliações internas e externas e não aos piores resultados, como acontece ainda hoje.
Leiam o texto na sua íntegra, vale a pena!
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