sexta-feira, 26 de junho de 2015

Olá, todo mundo!

Confesso que nem eu mesma sei porque resolvi escrever hoje. É o meu primeiro post de 2015. Continuo na mesma escola, trabalhando com uma turma do sexto ano do ensino fundamental.

Acho que não escrevi nada ainda, porque nada mudou. Mudam-se os alunos, muda-se o ano letivo, mas a educação continua a mesma.

Numa mesma turma, dita do sexto ano, vários níveis de aprendizagem e de maturidade, embora sejam da mesma faixa etária e nível social semelhante. Onze, doze anos as idades e moradores da periferia.

Percentualmente dividem-se assim: vinte por cento do grupo está apto a cursar o sexto ano; sessenta por cento caracteriza-se por um nível razoável de leitura e de escrita, mas com defasagens sérias, graves, na construção de conceitos básicos de leitura, escrita, linguagem oral, padrão de vocabulário, legibilidade de texto e de letra. Em Matemática também a coisa não é muito diferente: baixo domínio dos fatos fundamentais e do cálculo; da leitura e da escrita dos números até seis ordens; da resolução de problemas, da geometria, das grandezas e das medidas... Enfim não estão aptos a cursar o sexto ano.

Os vinte por cento restantes mal decifram uma ou outra palavra da Língua Portuguesa e de resto não compreendem o que lhes é apresentado como conteúdo de estudo.

Os recursos disponíveis para o trabalho pedagógico com os alunos são escassos e inadequados às demandas do grupo.

Resta ao professor fazer o que lhe é possível com o que tem em mãos. Choradeira de professor que só reclama, mas não quer trabalhar? Não! Realidade nua e crua.

É visitar qualquer escola pública, ou até mesmo particular pra verificar o caos no qual estamos metidos.
Solução a curto, médio ou longo prazo? Não vislumbro. 

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