domingo, 4 de janeiro de 2009

Férias

Estou de "Férias". Fico em casa. Tenho lido, coisa de que gosto de fazer. Além de jornais e revistas já li "Saramago" - Ensaio Sobre a Cegueira. Não sei por quê, mas ao ler "Ensaio sobre a Cegueira" lembrei-me de Machado de Assis, "Papéis Avulsos" - "O Alienista" e de um livro que li ainda adolescente sobre "As Viagens de Gulliver" de Jonathan Swift. Numa dessas viagens Gulliver chega a ilha de Luggnagg. Lá viviam os struldbruggs ou os imortais, era onde todos tinham vida eterna, porém envelheciam. Ao envelhecer sofriam todas as mazelas do corpo e da alma inerentes ao próprio envelhecer. Pretendo reler essas obras e conferir por que Saramago me remeteu a elas.
Tenho acompanhado, também, pelos jornais, os movimentos do novo prefeito da capital. Interessa-me, particularmente, as ações a respeito da educação municipal. Até agora, pelo que li e ouvi, nada muda; a ordem é continuar a mesma política educacional implementada pelo prefeito anterior. Que pena!
Estou relendo a proposta curricular para a "Rede Municipal" e, com mais vagar, tentando transformar aquelas ideias e proposições em aulas concretas, exequíveis e, ao mesmo tempo, interessantes, criativas, lúdicas, desafiadoras, motivadoras para os alunos. Ufa! Como é difícil. Tudo o que penso, tudo o que pesquiso envolve debates, leitura, escrita, pesquisa, apresentação oral e sistematização do conhecimento via registro escrito e fala. E isso é tudo o que os alunos não querem. Eles se recusam a ler - seja em livros, jornais, revistas ou na tela - ; eles se recusam a registrar sistematizadamente o estudo feito; recusam-se a participar com interesse de qualquer aula que envolva o debate, a argumentação, o respeito à vez do outro de expor suas ideias.
Todos querem falar, mas ninguém quer ouvir. Todos têm opinião formada sobre qualquer assunto, mas ninguém quer modificar o que pensa em favor de uma outra argumentação melhor elaborada ou que traga novos olhares a respeito do tema em pauta.Todos solicitam o professor para si, mas não têm paciência de ouvi-lo numa explanação coletiva.
O que impera em uma sala de aula atual é o barulho das conversas paralelas e desconectadas do tema em questão desenvolvido pelo professor.
O que impera, infelizmente, é a agressividade de uns para com os outros; é a falta de interesse pelos estudos de um modo geral...

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