sexta-feira, 14 de junho de 2013

O Dia em que tudo deu errado...

Fui para a sala de aula, após o horário em que os meus alunos tiveram uma aula de "Artes". Chego à sala e os encontro tranquilos, conversavam baixinho, cada um em seu lugar... Cumprimentei-os enquanto procurava em minha bolsa a chave do armário; de lá tiraria os apetrechos para trabalhar com eles o conteúdo da aula de História cujo tema era "O Povoamento da América". Já havia feito o estudo dos textos e das ilustrações em aulas anteriores; já havíamos discutido a respeito do conteúdo proposto pelo autor do livro didático - recurso usado para o desenvolvimento da aula.
Ao cobrar o "Para Casa" da turma - segunda chance, pois dera a mesma atividade como o "Para Casa" da semana passada, vi que somente cinco alunos de um grupo de trinta cumprira a tarefa. Percebi ainda que boa parte esquecera em casa o livro de História, ou seja, os alunos não só não fizeram a atividade dada, como esqueceram-se de levar o livro para a sala de aula.
O que fazer? Minha intenção era a de corrigir coletivamente o "Para Casa" e, imediatamente, abordar o tema seguinte, "O Ser Humano Chega ao Brasil". Mas antes disso e como parte do tal "Para Casa" havia um estudo de texto como complemento do capítulo estudado. Planejara fazer com os alunos uma leitura coletiva dos textos e checar, oralmente, a compreensão que tiveram deles. Não pude fazer isso, porque de repente me vi na seguinte situação: parte dos alunos havia feito o "Para Casa", conforme o estabelecido na aula anterior e aguardava a continuidade dos estudos de "História", assim como eu... Outra parte fez a tarefa dada, porém "esquecera" em casa caderno e livro - esse argumento é comum entre eles. A outra parte do grupo simplesmente não fizera a atividade e sequer apresentara uma explicação para tal; mais alguns fizeram pela metade o trabalho pedido.
Enquanto estava nesse dilema e pensando numa alternativa que contemplasse todas as situações citadas, bate o sinal para o intervalo: recreio, merenda, banheiro, etc. Interrompemos a aula quando tudo já estava se acalmando e todos já sabiam o que fazer: eu desistiria da continuidade dos estudos, os alunos cumpridores das tarefas fariam uma leitura complementar prevista no próprio livro, os alunos sem livro fariam as atividades consultando o livro que eu lhes emprestara e, os "Sem Para Casa" fariam  na sala de aula o que deveriam ter feito em casa. Tudo organizado, ânimos serenados e bate o sinal para o Recreio!
Voltamos para a sala às nove horas. Agitados, desconcentrados teriam vinte minutos para fazer os exercícios que já deveriam estar prontos, se tivessem cumprido com a tarefa de casa. Cinco, dez minutos de agitação e novamente reina a paz na sala de aula... Mas o que é bom dura pouco e chega a professora de Educação Física para checar quais alunos sairiam para os ensaios da "Festa Junina", que será realizada com a participação de todos. Nova interrupção e não conseguimos levar a termo as atividades de História. Frustração minha, fico incomodada, mas não há o que fazer.
Enquanto estava fora da sala de aula, em horário de "Projeto", agendei para a sala de multimeios assistir com os alunos a um vídeo denominado "Prece do Rio São Francisco", gravado por mim quando da apresentação do programa "Globo Rural" em 2004. 
No dia 05 de junho, "Dia Mundial do Meio Ambiente", trabalhei com os alunos um texto adaptado por mim desse programa. Queria então, que os alunos comparassem as duas linguagens - a visual e a escrita - sobre o mesmo tema. Não consegui, pois a fita não rodou ( era um vídeo cassete - ainda em uso na escola). Mas eu tinha um plano "B". Um vídeo cassete, também gravado por mim, desta vez da TV Cultura. Um programa interessantíssimo sobre o livro do grande Darcy Ribeiro, "O Povo Brasileiro". No vídeo há a participação do próprio Darcy, que faz várias intervenções explicando a sua obra, enquanto imagens do Brasil Colônia ao Brasil Contemporâneo, são mostradas. Uma beleza de vídeo para quem quer ter uma outra explicação sobre a nossa formação étnica. 
Levei a turma para a sala de recursos, situei o vídeo, falei-lhes sobre Darcy Ribeiro, sua origem e sua trajetória como brasileiro apaixonado pelo país. 
Ao rebobinar a fita parece que ela voltou demais e foi parar numa série de desenhos animados, que já não se veem mais nos canais atuais. 
Meus alunos vibraram, assistiram a tudo e me disseram que foi a melhor aula de História que já tiveram... Eu, com "cara de tacho", fiquei olhando para a alegria deles, rendida. Joguei a toalha e deixei rolarem os antigos desenhos animados até o final do horário.   

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Atividades para uma sequência didática

05 de junho _ DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE
Eixo temático: Ciência e Natureza
Escola Municipal “Aires da Mata Machado Filho” 6º Ano /junho de 2013
Aluno (a) __________________________________Data:__/__/__


Programa: Globo Rural/Minas de 2002

PRECE DO RIO SÃO FRANCISCO   
De Nelson Araújo
Adaptação: Ângela Matos

Sergipe, Alagoas, chego ao mar.
Pernambuco, Bahia, Minas, existo.
Em quatro de dezembro de mil quinhentos e um
sou batizado São Francisco
pelos portugueses aqui chegados.
Os índios já me chamavam Opara, rio-mar...

Fiozinho de água, na Serra da Canastra nasci.
Regato de água cristalina,
quedas d’água...
Casca d’anta cachoeira maior
pouso de um véu, rio murmurante
largueza silenciosa...

Maior rio brasileiro.
O rio da unidade nacional.
O dobro do rio Reno,
igual ao Danúbio e a mesma  bacia do Colorado,
equivalente  à área da França e Portugal.
vazão maior que a do rio Nilo!

Pessoas se estabelecendo nas margens.
O povo do São Francisco.
Pastos, gado, peixes, alimentos.
O panorama do sertão mudou
de cinza ficou verde.
O semi-árido deu frutas.


Represadas águas, energia elétrica...
Lamento os maltratos!
Alteração dos hábitos naturais;
artérias entupidas ou dilatadas;
abastecimento minguado...

Mesmo assim na natureza dou show!
Quênios, vales, preciptações de cahoeiras,
pedraria, verde, cerrado, bichos, gente, verde,
mistério...lendas...carrancas...amores...músicas,
catedral na gruta, oração.

Chão rachado,
drenos, desmatamentos, leito seco...
Morte dos afluentes.

Movimento dos “sem água”.
Presságio ruim.
Arrepios, só de pensar o futuro próximo.

Não guardo mágoas.
Compreendo, perdoo e espero mudanças...
Quero continuar levando alimentos, beleza,
leveza, alegria, vida...

Tornei-me Francisco e por isso sei
que é dando que se recebe...

Amém!

De Nelson Araújo
Adaptação: Ângela Matos

INTERPRETAÇÃO ORAL E ESCRITA

1) Leia mais uma vez o poema acima.

2) De quantas estrofes o poema é formado?


3) Na primeira estrofe o “Rio São Francisco” se apresenta.
    Leia-a novamente e responda:

a- Quais são os Estados brasileiros pelos quais o “Rio São Francisco” passa?


b- Em qual dos Estados o rio nasce? ____________________________________________

    E em qual ele deságua? ____________________________________________________



4) Copie do poema a estrofe que descreve como  é o “Rio São Francisco”na sua nascente?
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5) Em uma das estrofes do poema, o “Rio São Francisco” conta vantagens.
    Copie pelo menos duas das vantagens que ele conta:
_____________________________________________________________________________________________________________________________.

6) O “Rio São Francisco” é muito útil às pessoas que moram em suas margens.
    Copie os versos que comprovam isso.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.

7) Em um dado momento do poema fica claro para o leitor que o rio está sofrendo.
   Quais são esses sofrimentos? Copie pelo menos cinco exemplos.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.

8) O rio sofre, mas diz que não guarda mágoas.
    Por que ele diz isso? Qual é o seu desejo?  Por quê?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9) O Rio deseja continuar levando “alimentos, beleza,leveza, alegria”...
    Para você, o que todos podem fazer para que o desejo do “Rio São Francisco” se torne real, verdadeiro, possível?
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10) Ao longo do poema, do lado direito, existe um espaço em branco.
      Faça nele e abaixo o desenho de como você imagina o “Rio São Francisco”.
      Inspire-se no próprio texto para ilustrar o poema.
      Faremos uma exposição desses trabalhos.

11) Nos últimos versos do poema lemos a citação de um outro texto muito conhecido e que
      é uma oração de São Francisco de Assis – o protetor dos animais.
      Você conhece essa oração? Sabe cantá-la? (Ela foi musicada).

      a)Leia, então, a oração de São Francisco que também se chama “Oração da Paz”.
         Cante-a com seus colegas.

Oração da Paz

Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.

Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
Consolar que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

      b) Que relação você faz entre “Prece do Rio São Francisco” e “Oração de São
           Francisco”?
           Converse a respeito com sua professora e seus colegas. Faça, abaixo, uma síntese coletiva dessa conversa. Copie-a do quadro.


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