terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Cá estou eu às voltas com a aplicação e a correção da "Avaliação Diagnóstica" do projeto "Avalia BH" da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte. Pela primeira vez, desde o início dessa modalidade de avaliação na RME/BH, os testes chegaram à escola ainda no mês de fevereiro. Menos mal, estamos evoluindo, já que se trata de avaliação diagnóstica.
É assim, recebemos os testes, comunicamos aos alunos e respectivas famílias sobre os mesmos e, no dia da prova esperamos que todos os alunos estejam presentes para realizá-las. Nem sempre isso acontece. Alunos faltam e não nos dão nenhuma justificativa para tal. Enfim, realizamos as provas na data marcada com os presentes.
Não há nenhuma recomendação, por parte de quem quer que seja, coordenação pedagógica da escola, acompanhantes pedagógico da Prefeitura, nada, nenhuma orientação a respeito da aplicação do teste. Sendo assim, escolho seguir a minha experiência de professora e estar atenta ao objetivo primeiro da avaliação diagnóstica.
Organizo o ambiente da sala para que os alunos ao chegarem não percam tempo com a organização das carteiras. Preocupo-me com o material de uso dos alunos: os testes, lápis, borracha... Deixo alguns de reserva para aqueles alunos que se esquecem de trazer de casa o material de estudo.
Iniciamos pela prova de "Língua Portuguesa", no dia seguinte "Matemática" e no terceiro dia desta semana, "Ciências da Natureza". As questões são objetivas, num total de vinte e quatro para cada uma das disciplinas avaliadas.
A prova de "Língua Portuguesa", caracteriza-se por textos de gêneros variados: Quadrinhos, Contos, Poesias, Anúncios, Resenhas, Fábulas, Recomendações, Humor, dentre outros. Parece que não há, por parte de quem seleciona os textos, uma preocupação de adequar o conteúdo ou a temática destes à faixa etária dos alunos avaliados. Tenho sempre a sensação de que os textos abordam assuntos que não são do interesse imediato dos alunos e que demandam, para a compreensão dos mesmos, conhecimentos prévios que os alunos ainda não possuem. Exemplificando: num texto em que se exigia do aluno extrair do mesmo a "informação principal", falava-se de descobrimento do Brasil, Pero Vaz de Caminha, peixes-bois, estuários, extermínio, Europa, fortes, argamassa e Revolução Industrial, pode?! Num outro texto foi pedido ao aluno identificar a opinião do autor presente nele. Só que a opinião do autor estava expressa, entre parêntese, numa interjeição pouco conhecida "argh" equivalente a "eca", perdida no meio da frase, quase ao final do texto, cujo título é "Você tem medo de quê?".
Da prova de Matemática fazem parte conteúdos diversificados e um peso maior para a Geometria e a de Ciências da Natureza avalia o conhecimento de todo o processo de tratamento da água, domínio conceitual de cada etapa com a respectiva nomenclatura, passa pelas questões ambientais, de saúde pública, de uso da tecnologia ou dos recursos tecnológicos pelo ser humano, universo, sistema solar, etc.
As questões são longas, exigem proficiência em leitura, um padrão de vocabulário elevado e persistência e muita concentração do aluno por uma duas horas seguidas.
Pensando sobre tudo isso agora, passo a acreditar que os resultados alcançados até o momento estão até muito bons...